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Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Purificação – Louredo

Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Purificação – Louredo

Situada num pequeno adro murado, ergue-se esta igreja de planta retangular, com torre sineira de três patamares adossada ao seu alçado esquerdo.
A frontaria evidencia um portal de boa cantaria, com volutas laterais e moldura aconchegada com pilastras onde pontificam capiteis de volutas e folhagem. A moldura recebe ainda ornatos pendentes onde se identificam os motivos vegetais.
Sobre a entrada, um frontão triangular cujo tímpano recebe uma carteia epigrafada, rematada por ondulante decoração vegetalista revela a data de 1744 e o nome de Alexandre Barbosa, possivelmente um benfeitor de obras de beneficiação. O frontão, ladeado por duas janelas, é sotaposto a um nicho com cúpula de concha que abriga a imagem da padroeira – Nossa Senhora da Purificação – em pedra de ançã, dos séculos XVII/XVIIL O nicho está ornado de volutas laterais e é rematado por uma vieira, enquanto as janelas gradeadas, sub-quadrangulares, com moldura de pendentes globulares, exibem frontões curvos compostos de folhagem e volutas, com remate central globular.
A fachada culmina com um frontão curvo, sobrelevado, de arco abatido, ladeado por pináculos com remate de pinha – e coroado por cruz de topos piramidais – em tudo semelhantes aos dos ângulos do arco cruzeiro e da fachada posterior.
A torre sineira, ornada a meio corpo com uma carteia sub-hexagonal de motivos vegetalistas, revela a construção datada de 1774, sendo abade Manuel Magalhães. Ao nível inferior, abre-se uma janela sub-rectangular, de lintel contracurvado e pequeno frontão curvo com decoração ondulada. À entrada para o campanário, que dá simultaneamente acesso ao coro da igreja, faz-se através de uma escada de dois lances, já bastante gasta. O remate em cúpula, bem evidenciado, reforça a elegância da torre.
Enquanto o alçado direito da nave apresenta janelas com moldura de aboamento e uma porta simples (além de uma janela semelhante recortada na capela-mor), o alçado esquerdo evidencia uma ampla sacristia adossada à capela-mor, com janelas de moldura corpo de cércea mais baixa, aberto com postigo, destinado a arrumos e está pontuada com plintos nos topos dos cunhais.
No interior a capela-mor é dominada por um altar-mor de talha barroca, de finais do século XVIII, onde se revelam os festões e grinaldas florais, vieiras e restante decoração característica da época que confere dinamismo ao conjunto. A requintada ornamentação é sublinhada pela pintura marmoreada de bege, rosa e azul e por dois anjos policromos que flanqueiam a sanefa superior. O teto da capela-mor foi pintado no século XX com representações do Tetramorfo, enquanto o teto da nave se apresenta revestido com caixotões simples.
A nave o relevo vai para o altar lateral esquerdo, uma peça seiscentista da Renascença Italiana. Do lado oposto, um altar barroco de Nossa Sra. do Rosário, de gosto algo singelo mas elegante, com representações de serafins, está pintado em tons de bege, azul, vermelho e sépia.
Junto da mísula do lado direito do coro – relativamente recente – uma epígrafe informa que o templo foi mandado erguer em 1647, pelo P.e Manuel Ribeiro e seus herdeiros. Um púlpito de base granítica, com varanda e sanefa de madeira policromada de azul, vermelho, verde e cinza, desponta da parede esquerda da nave e, na capela-mor, permanece um cadeirão joanino, em bom estado de conservação.
As imagens que o templo possui valorizam o seu património, destacando-se: no altar-mor uma imagem de S. Gonçalo e uma outra de Nossa Senhora da Purificação, ambas do séc. XVIII; na nave, uma imagem de Nossa Senhora do Rosário, setecentista, uma de S. Sebastião e uma outra de Santa Inês.