Santa Marta
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União das Freguesias de Louredo e Fornelos

A União de Freguesias de Louredo e Fornelos é resultado da fusão das duas antigas freguesias, uma mera formalização de anos de relação de amizade e cooperação entre as gentes das duas localidades.

Envolvida pela paisagem verdejante do Douro e pelas encostas do Marão, esta união de freguesias constitui um ponto de elevado interesse turístico por representar de forma fiel as características da região, únicas em todo o mundo, e por conseguir aliar o património cultural e arquitetónico ao património natural, proporcionando desta forma paisagens de rara beleza.

Para os dias mais quentes a União de Freguesias oferece uma Praia Fluvial com características únicas na região e com infraestruturas que proporcionam, a todos os que a frequentam, momentos de lazer sem igual.

Fornelos

Nas Inquirições de 1258 e nas de 1288, ainda não era freguesia, apesar de ter sido objeto de uma “Carta de Foro” no ano de 1257: «Em nome de Deus. Seja conhecido de todos os presentes e futuros que eu, Afonso, por graça de Deus Rei de Portugal e Conde de Bolonha, dou e concedo a vós, João de Lâncea e Martinho Iohannis, povoadores de Fornelos e às vossas esposas, igualmente, toda a minha herdade que tenho no lugar de Fornelos( in ipso loco de Fornelos)…». Muito referido em documentos da época é o lugar de Cortiçadas, que se presume ter sido habitado.

Fornelos e Cortiçadas aparecem no Foral de D. Manuel (1519) como aldeias: «Titolo de Fornellus: item toda a aldeã de Fornelos paga de pam setemta e dous alqueires e de trigo tres alqueires. E de vinho vintasseis almudes e oito canadas. E de carne dous gorazis e em dinheiro dezoito pretos» (reais pretos!). «Titolo de Corticadas: Item a aldeã de Corticadas paga em dinheiro dous soldos que sam três reaes e seis pretos (…)».

Na 1ª edição da “Corografia Portuguesa” (1706) já é referida a “Freguesia de S. Sebastião de Fornelos”, que de acordo com informação dada, em 1758, pelo seu Cura Francisco Pires da Silva se desanexou da matriz de Fontes em 1660, mas ficando como seu curato anexo. Padre que informa ainda: «devide-se este lugar e freguesia de São Sebastião em dous termos, hum de Fontes e outro de Pennaguião, partindo-se este lugar pelo meio, quada qual humilhando-se com súbditos aos seus maiores (…) tem noventa e sinco fogos constituhidos em hum só lugar, pessoas maiores trezentas e três e menores trinta e cinco…»

Desta época é a Igreja Paroquial, um belo e harmonioso edifício, com boa talha barroca e teto pintado. Uma capela lateral tem a data de 1674 e na base do púlpito uma pedra refere 1718. Também do século XVIII devem ser as chamadas casas dos “Onze Moradores”, de arquitetura caraterística, bem visível nas escadas exteriores com corrimão e coberto de entrada assente em colunas de granito; janelas e as portas também em granito trabalhado. Segundo reza a história, Os Onze Moradores foram os fundadores da aldeia.

Nas Demarcações Pombalinas (1758) foram, em parte, consideradas aptas a produzir vinho de feitoria, as zonas de Cortiçadas e do Roso.

Louredo

Foram encontrados na área desta freguesia vestígios e construções da época romana: tégula, mós e um forno cerâmico, situado junto ao Rio Arcadela, perto da ponte que liga Louredo a Fornelos. Em 1134, na instituição do Couto da Albergaria do Marão a favor da Sé de Braga (D. Afonso Henriques) foi afirmado: «…e daí pelo termo de Toesendis e Lauredo e daí a Bandussum (rio Banduge?) e daí como divide com Pena Guiam…».

Nas Inquirições de D. de Afonso II em 1220, na inventariação de Reguengos, Foros, Dádivas e Padroados sobre a “Terra de Panóias”, foi dito, sob o título de “De Sancta Maria de Lauredo” que Petrus Petri clericus e outras testemunhas disseram que ali havia um souto e árvores, de que davam o foro de um frangão, dez ovos e um bragal (tecido de linho) (…) e que o casal de Louredo era pousada do mordomo (oficial de cobrança de impostos) e que lhe davam vida (comida e dormida); e que Vasco Petri o protegia; mas que agora não pousava lá o mordomo nem lhe davam nada.

Nas Inquirições de 1258, a Freeguisia de Sancta Maria de Louredo, integrava o “Julgado de Panóias”, e no seu título, foram referidos os lugares de “Barreijro”, “Paradela da Cileira”, “Paradela da Ribeijra”, “Paradela do Monte”, “Bostello”, “Foolhaes”, sendo dito que os homens de Fiolhais costumavam ir guardar o castelo de Penaguião, oito dias em cada mês, mas que esses homens de Fiolhais e o povo desse castelo entenderam-se com Dom E. Martins, o senhor dessa terra e arrasaram-no; pelo que, desde então, não têm mais esse foro!…

Em 16 de Janeiro de 1342, D. Afonso IV fez saber que pelas vilas e comarcas do seu Senhorio mandou fazer «chamamento Geral per Razom de todos aqueles que auyam villas ou castelos coutos ou onras ou outras jurisdições». Entre eles, compareceram perante os ouvidores do Rei, nomeados para o efeito, «Maria Gonçaluiz molher que foy de Affonso Furtado e Leonor Furtado sa filha e Aluaro Furtado seu procurador (…) disserom que eles auyam huma onrra aqual chamauam a honra de Louredo (…)».

Louredo não é referida no Foral de D. Manuel (1519), nem consta da relação de freguesias do Concelho de Penaguião na “Corografia Portuguesa” (1706). Mas em 1721, na “Rellação de Villa Real e Seo Termo”, também não aparece entre as freguesias do concelho de Vila Real; embora seja referida, no capítulo da Freguesia de Vila Cova, quando se informa que um tal Antonio Botelho Guedes Amaral tem bens na «freguezia da Campeãa, e na de Louredo».

Em 1758 o Abade de Louredo, Jozé Cardoso de Mattos, informa: «consta esta freguesia de três povos, Barreiro que tem doze fogos e pertence ao termo de Vila Real; fiolhais e Paradella do Monte por estar vizinha a serra do Maram, são ambas do concelho de Penaguião (…) tem Fiolhais trinta e sete fogos (…) e Paradella quarenta e dous fogos (…) a igreja somente tem junto a si as casas da residência dos párocos della, sem mais vizinho algum…»

Em 1793, numa carta enviada pela Junta de Administração da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro à Câmara de Vila Real, informa-se que “Sua Magestade foi servida mandar incluir na Demarcação Subsidiária de Vinho de Ramo de 10$500 reis desde a vindima de 1788 em diante” adegas e casais em cinco freguesias. Entre elas Louredo, cuja descrição é interessantíssima ao afirmar que «Compomce esta freguesia de hua grande Ribeira com diversos lugares e citios que a devide pelo meyo o Rio chamado de Louredo que tem sua corrente da parte do Maram que esta da parte do Poente e corre para o Nascente. Os lugares e citios para aparte do Norte sam do termo de Villa Real quais sam: Assento da Igreja; Lugar do Barreyro; Guimbra; Paradella da Ribeira; Pouza Folhas; Louredo; Porrelhaes; Gandarella; Carvalhais. Os lugares e Citios que estam para a parte do Sul que sam do termo da villa de Santa Marta mas da mesma freguesia de Louredo: Cadoucos, Bustelo, Estacas». Na reforma Administrativa de Passos Manuel (1836), toda a freguesia de Louredo é integrada no concelho de Vila Real. Mas ainda no século XIX
passa a pertencer ao concelho de Santa Marta de Penaguião, porque em 1895, quando da extinção temporária deste concelho, é uma das três freguesias (as outras duas são Cumieira e Fornelos) que transitam para o concelho de Vila Real.

A atual Igreja Paroquial de Louredo data do século XVIII, mas no local deve ter existido uma igreja anterior, pois na fachada da mesma pode ser admirada uma valiosa imagem da Padroeira, Nossa senhora da Purificação, assim descrita pelo P.e João Parente, que a data do século XV: “É uma bela escultura de pedra de Ançã. Representa a Virgem coroada, com o menino nos braços. Segura uma flor na mão direita e o menino, que brinca com o próprio pé, no braço esquerdo.” (“A Idade Média no Distrito de Vila Real – IV volume”).

Belo e interessante ainda um Cruzeiro em granito na povoação de Carvalhais.

Sob o ponto de vista cultural, Louredo destaque-se pela sua tuna em Carvalhais, pelo grupo de teatro em Fiolhais e pelo agrupamento de bombos em Paradela do Monte “Águias do Marão”.

Textos gentilmente cedidos por Dr. Artur Vaz

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