Em 1233, Dom Pôncio Alfonsi (Senhor de Penaguião), na “Carta de Foro” de uma herdade, em Vale Rugio, determinou que das multas aplicadas aos crimes contra as mulheres, de homicídio, de injúrias e de furto, metade fosse recebida pelos homens-bons dos homens bons que morem em Sever. Em 1248, numa carta de D. Afonso III para sanar um conflito em Paredes, fala-se no terreno de Sever («et super illo terreno de Severo»). Em 1258, na “Carta de Foro” da Herdade de Concieiro é dito que esta limita com Sever («et quomodo diuidit cum Seuer»). Nas Inquirições do mesmo ano, era «Freeguisia de Sant Adrão de Seuer». E nas de 1288, «Freguesia de Santadraãao de Seuer». Em 1276, na “Carta de Foro” de um Casal Reguengo em Mafómedes, informa-se que este lugar fica na paróquia de Santo Adriano de Cever («in parrochia Sancti Adriani de Seuer»), que, em 1291, numa Carta de Foro do rei D. Dinis é referida, erradamente, como «fregusysia de Sam Tandre de Seuer»!…
No foral de D. Manuel, temos o “Titolo de Sever”, o “Titolo de Mafomedes”, o “Titolo de Concieiro”. Em 1706, na descrição da “Corografia Portuguesa”, Santo Adrião de Sever é uma abadia apresentada pelo Marquês de Fontes. E na anulada Demarcação de 1757: «E seguindo a estrada que vem de S. Martinho para Sever, até ao sítio do Calvário, descendo pelo monte abaixo em direitura á estrada, que vai da Igreja de Sever para Mafomes…».
Em 1758 o seu pároco, Encomendado António Pinto Ribeiro, informa: «tem esta freguesia cento e cinquoenta vizinhos e quinhentas e vinte e oito pessoas (…) está esta parochia fora do lugar e tem os lugares de Cever, Sarnadelo, Concieiro, Mafomedes, Paredes de Arcam e Urval.»
A Igreja de Santo Adrião de Sever é um belo templo do século XVIII, cuja ornamentação interior, muito peculiar nos discretos tons de azul a casarem harmoniosamente com os dourados da madeira, merecia classificação, a começar pelo notável altar-mor que, nas suas colunas torsas e profusamente lavrado, é uma joia de entalhamento. Os tetos da capela-mor e da nave são apainelados e divididos, respetivamente, em 35 e 73 caixotões. Santo Adrião (ou Adriano), invocação anterior à nacionalidade, está representado descalço, chagado, de machado na mão direita, bordão na esquerda, e as habituais vestes de soldado romano. Notáveis ainda as imagens em madeira de Nossa Senhora do Rosário, São Caetano, Santo António, S. Sebastião e Santa Bárbara, todas do século XVIII.
No século XVIII, o Abade de Sever, Diogo Barbosa Machado, um dos sócios fundadores da Real Academia de História e autor da célebre “Biblioteca Lusitana”, ofereceu à sua igreja paroquial uma preciosa custódia, que nela ainda se encontra, com a seguinte inscrição: “Deo abscondito verbo abbreviato victimae incruentae vitali ferculo didacus / Barbosa Machado abbas huius ecclesiae de Adriano sacrae posuit anno MDCCXXXII”: Deus oculto, verbo contido no pão vital de uma vítima sem sangue / Barbosa Machado, abade desta Igreja consagrada a (santo) Adriano (Adrião), mandou fazer no ano de 1732.
Entre 6 de Novembro de 1890 e 18 de Maio de 1891, foi Governador Civil do Distrito de Vila Real o bacharel José Cabral Teixeira Coelho, nascido na freguesia de Sever em 1850.
Texto gentilmente cedido por Dr. Artur Vaz
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