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Igreja Paroquial – Sao Joao de Lobrigos

Igreja Paroquial – Sao Joao de Lobrigos

O templo de S. João de Lobrigos é o marco físico de maior importância na Freguesia a que dá o nome. Motivo de orgulho dos seus paroquianos, esta igreja é a sua sede e representante espiritual.
A sua construção concretizou-se em duas fases ou campanhas: uma no século XVII, a outra no século seguinte. Trata-se de sólida construção em que sobressai a alvenaria dos fortes pilares (e cornijas), e a cal branca que a reveste.
A torre é um pouco retraída, ou desproporcionada em relação ao corpo da igreja. Dizem os mais velhos que era para ser mais alta, mas o mestre entretanto morrera, ficando mesmo assim. Apresenta três corpos distintos, e à entrada do pórtico sobressai a galilé de arco.
Mas a igreja vale pela decoração interior dos altares, do tecto (e paredes) em boa talha dourada do barroco nacional, incluindo a rica imaginária e os paramentos de grande valor. O retábulo do altar-mor apresenta-se artisticamente elaborado. Nele salienta-se o tabernáculo sumptuoso e o segundo tabernáculo a rematar o torno, e a servir de baldaquino de que irradiam resplendores solares, para exposição do Santíssimo Sacramento.
Revestem o tecto da capela-mor trinta caixotões que se desdobram até à altura dos dois janelões (um de cada lado), forrando as paredes (de cada lado) onze caixotões parietais. O arco do cruzeiro é também revestido a talha, e adossados a ele (voltados para a nave) dois altares (um de cada lado) do mesmo estilo. Do espólio iconográfico fazem parte as valiosas imagens de Nossa Senhora do Rosário, a de Cristo Crucificado, a de Nossa Senhora das Dores (de roca) vestida de túnica (de roxo) e manto azul, e a do Menino Jesus (vestido), e com os pés sobre o globo terrestre.
Revelem-se também as imagens de Santa Bárbara (muito cultuada na região), e a de São Sebastião.
O Órgão que estava na capela-mor (do lado do Evangelho) e encostado ao arco do cruzeiro, encontra-se actualmente no centro da nave, do lado esquerdo. Trata-se de um órgão setecentista, com aplicações em talha dourada, e que exibe painéis decorativos com pintura vegetalista barroca.
O tecto da nave apresenta-se forrado por quarenta e cinco caixotões pintados com figuras ou passagens da vida de Cristo. As paredes (até meia altura do piso) revestem-nas as mesmas talhas que partem dos altares, e vão morrer no coro, também decorado a talha.
O púlpito (que não passa despercebido) é uma peça de bom nível artístico com aplicações metálicas (latão) muito ao gosto da primeira metade do século XVII.
Na sacristia, de tecto em masseira octogonal (madeira de castanho) encontra-se artístico lava-mãos em pedra, decorado com carranca e, a sobrepujá-la, a inscrição do ano de 1728.
Imóvel de Interesse Público, pelo Decreto-Lei nº 474.008, de 24-01-1967.