Santa Marta
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Fontes

É a maior freguesia do concelho em extensão territorial, e está situada nas abas do Marão, cujo cume mais alto toca, nas imediações da Senhora da Serra, onde divide com a freguesia da Teixeira, concelho de Baião, e um pouco com Ansiães, concelho de Amarante.

No seu território encontraram-se vestígios de um remoto povoamento castrejo, nomeadamente no Monte de S. Pedro, local também profundamente romanizado, como prova a pedra votiva (ara) aí encontrada, nos meados do século XX; pedra que tem a seguinte inscrição latina: “AUGE CILEAE MIN. ME VOT. L. PO.” Aliás é mais que provável que também no Monte de S. Pedro se tenha localizado o “Castelo de Penaguião”, do qual há notícia ter sido destruído pelos meados do século XIII, e que é citado em 1202 no Foral que D. Sancho I concedeu aos quarenta moradores de Tabuadelo, Fontes e Crastelo: “omnibus populatoribus de Tauoadelo, et de Fontes et de Crastelo, numero XXXXª facio cartam firmitudinis de foro”. Foral confirmado, em 1218, por D. Afonso II. E de certa forma em Abril de 1248, quando D. Afonso III enviou uma carta ao Juiz e concelho de Fontes («vobis Judice et concilio de Fontibus»).

     Nas várias Inquirições do século XIII, Fontes foi amplamente citada, umas vezes como freguesia do Julgado de Penaguião (em 1258), outras como constituindo mesmo um Julgado próprio: em 1287: «en no Jullgado de Ffontes…»; e em 1288: «Julgado de Ffontes: He todo regaengo del Rey e teeno os homees encartados por ssa renda. Item estee como esta»: (É todo reguengo de El Rei, e por carta (de foral) todos os homens sabem qual é a sua renda. Fique, pois, como está). Em 20 de Abril de 1297, D. Dinis fez, a favor da Ordem do Hospital, «Carta de perpetua doaçam, e doamos, e concedemos perpetua e irrevocavel mente todo o direito de Padroado, entre outras, da Igreja de Santiago de Fontes Bispado do Porto (et Ecclesiae Sancti Iacobis de Fontibus Dioecesis Portucalensis)…». O padroado a favor da Ordem do Hospital ou de Malta, ainda existia no século XVIII.

   Em 23 de Dezembro de 1394, D. João I, confirmou os privilégios de Fontes: «Carta perque o dito Senhor confirmou e outorgou ao concelho e homens bõos do Julgado de Fontes de Riba Doiro todos seus priuillegios foros liberdades bõos custumes de que sempre husarom e ect.». E no foral de D. Manuel (1519), Fontes é concelho anexo ao concelho de Penaguião, com um capítulo próprio: «E tem mais o senhorio na dita terra e conçelho de Penagoyam estes dereitos seguintes no comçelho particular e lugar de Fomtes, convem saber…».

Os Condes de Penaguião, a partir do 4º titular, D. Francisco de Sá e Meneses (1640-1677), por mercê do Rei Afonso VI, passaram a utilizar também o título de Marqueses de Fontes.

A “Corografia Portuguesa” (1706), fala em «outros Concelhos mais inferiores subordinados a este de Penaguião, por ser cabeça de todos, como são Fontes, Moura Morta e Godim», embora considere a Freguesia de Santiago de Fontes – «vigararia confirmada que apresenta o Comendador de Malta, e tem 300 vizinhos… – como uma das 14 freguesias do concelho de Penaguião.

Nos Inquéritos Paroquias de 1758 o seu Vigário, Frei António Paullo Mendes de Souza, informa que «Fontes está na Provincia de Trás dos Montes, dentro do Bispado do Porto e Comarca da cidade de Lamego, porém termo próprio (…) Tem e compreende de pessoas maiores oitocentas e quarenta e duas e de menores noventa e huma e fogos trezentos e onze (…) Terra hé esta villa de Fontes que hé honrrada com a vara do juiz ordinário de cível, crime e órfãos, acompanhando o juiz com dous vereadores, hum procurador e hum almotacé feittos pelos homens bons do povo (por) eleição trienal, com a assistência de hum ministro ouvidor, posto na mesma terra pela Senhora donatária Donna Ana de Lorena (…) Tem capitam mor por El Rei confirmado pelo General da Praça de Chaves de quem hé súbdito…». O concelho de Fontes, que tinha adstrita a si a maior parte da freguesia de Fornelos, só é extinto, em 1836, na Reforma Administrativa de Passos Manuel (Decreto de 6 de Novembro e Código Administrativo de 31 de Dezembro do mesmo ano).

Vigário que nos informa ainda que «há na relatada cappela de Nossa Senhora do Viso, sita nas fraudas da bem afamada serra do Maram, no circuito della, feira forra e franca no dia oito de todos os meses do anno e com a mesma cercunstancia e destinção acresce dous dias mais no dia oito de Septembro, dia do nascimento de Nossa senhora, aonde concorre inumerável numero de gente de todo o Reino e se vende fazenda de todo o género sem tributo». Nos dias de hoje deixou de ter a importância que já teve, apesar de continuar a acontecer todos os primeiros Domingos de cada mês (em Setembro, Festa da Senhora, é “feira de ano”).

Santuário da Senhora do Viso que era assim descrito em 1716: «É este Templo da Senhora grande e perfeito, não só quanto à arquitectura, mas também aos ornamentos: está todo coberto de azulejo e o tecto é pintado como muito ricas pinturas dos Mistérios da Senhora. Tem dois arcos de pedra lavrada e quatro pias de água benta de jaspe, porque tem três portas… (in “Santuário Mariano”, de Frei Agostinho de Santa Maria). Pela sua parte o P.e João Parente na sua obra “A Idade Média no Distrito de Vila Real – IV Volume” (2014) diz-nos sobre o Santuário do Viso que «ostenta a nobreza da sua antiguidade em duas portas medievais: a fachada principal, de arco redondo com as arestas biseladas, imposta e ombreiras ornadas de toros; e a da fachada voltada ao sul, também de arco redondo, com as arestas biseladas».

A atual Igreja Paroquial de Fontes foi construída nos meados do século XVIII e tem talha e pinturas da época (uma destas representa um “Santiago Mata Mouros” e ostenta a data de 1775). Digna de realce é também a capela de S. Sebastião (ou “Capela do Santo”), em plena povoação de Fontes, por conservar um lindíssimo altar de talha renascença italiana, datado de 1686. Pela sua beleza e por serem genuínos exemplares da arte religiosa e popular, refiram-se ainda os Cruzeiros de Fontes e Cristelo.

Nasceram em Fontes os irmãos editores e livreiros José Pinto de Sousa Lello (1861-1925) e António Pinto de Sousa Lello (1869-1953), fundadores da Livraria Lello, na cidade do Porto.

Texto gentilmente cedido por Dr. Artur Vaz

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